Temer terá que desarmar homem-bomba
Quando as coisas pareciam dar uma acalmada para Temer, volta o furacão. Temer agora terá que desmontar a bomba-relógio. Terá 10 dias para apresentar depoimento, por escrito à Polícia Federal, e não pode errar. Ele não quer falar sobre isso, mas o que a Polícia, o Ministério Público, o Judiciário e todo o país querem é saber o que ele tem a dizer sobre o áudio da conversa que teve, fora da agenda e da compostura do cargo, com o empresário Joesley Batista, da JBS, naquela noite tenebrosa de 7 de março no Palácio do Jaburu. A primeira pergunta que deveria ser feita é porque ele recebeu um empresário investigado às 11 horas da noite na residência oficial.
O advogado dele, o criminalista Antônio Cláudio Mariz, diz que o áudio ainda passa por uma perícia da própria Polícia Federal. Ok, mas Temer disse ou não disse aquilo? Ou precisa, antes, conferir o áudio. O áudio é uma prova, que pode ser ou não desqualificada, mas e o que ele disse, afinal, não se lembra? Como Temer teme cair em contradição e morrer pela boca de novo, quer saber exatamente o que disse e como disse para conduzir sua defesa. Indício de confissão de culpa.
Além disso, o empresário que o visitou, o dono da JBS, disse que estava dando dinheiro para o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB), preso em Curitiba, ficar calado, que tinha procurador na equipe dele, enfim, e o presidente ouviu tudo aquilo e aprovou?
Outra bomba-relógio foi a recusa do ex-ministro da Justiça Osmar Serraglio em aceitar o ministério prêmio de consolação, o da Transparência. Recusou e deixou Temer em uma saía justa, porque ele volta para a Câmara e deixa sem mandato o suplente Rodrigo Loures, o tal homem-bomba, que foi filmado carregando uma mala de dinheiro em São Paulo. Sem foro privilegiado, ele pode ser preso e convidado a fazer a temida delação premiada. Aí, meu caro, a casa que está no chão, pode cair no abismo.
Ele procura, agora, desesperadamente um deputado federal do Paraná, para virar ministro e manter Loures na Câmara. Cotação de deputado federal do Paraná está em alta no mercado.
FOTO DIVULGAÇÃO: O homem-bomba