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Vice rompe com Pimentel e se diz pronto para assumir

Além dos problemas econômicos do estado e do país, em meio a uma grave crise política nacional, o vice-governador Antônio Andrade, presidente estadual do PMDB, tenta criar uma crise política em Minas. Quatorze dias depois que o governador Fernando Pimentel (PT) demitiu seu filho, Eduardo, do comando da Gasmig, a estatal do gás, Andrade, confirmou, nesta terça (30) o rompimento político com Pimentel e seu governo. Há muito, Andrade e Pimentel não se falam, desde que o primeiro começou a apostar, em setembro de 2016, na queda do segundo para tomar seu lugar.

A razão é que Pimentel foi denunciado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria Geral da República ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), o foro especial de governadores. Segundo a acusação, ele teria obtido vantagens indevidas por favorecer empresas quando foi ministro do Desenvolvimento (2011/ 2014). O governador contesta as irregularidades. Se a denúncia for aceita, o STJ poderá julgá-lo, com a possibilidade ainda de afastá-lo ou não do cargo.

A situação deixou salientes Andrade e seu grupo, que passaram a articular e até a discutir a montagem de suposto secretariado. Daí pra frente, a relação entre eles ficou deteriorada. O governador vetou o uso de aeronaves pelo vice e demitiu os aliados dele no governo. O último deles, que representava ‘pinguela’ para possível reaproximação, era o filho do vice. A demissão foi atribuída à exigência da bancada estadual do PMDB, que também não se alinha com Andrade e é liderada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes (PMDB).

A partir daí, Andrade expôs as razões pelas quais rompeu. “Primeiro, porque aquilo que nós combinamos durante a campanha não foi cumprido. O Estado está parado, não há desenvolvimento. O governador tem declarado várias vezes que não fará as reformas que precisam ser feitas e o Estado não cresce, tendo diminuído cada vez mais a importância no cenário nacional”, provocou o vice, adiantando, ainda, que está pronto para assumir o governo caso Pimentel seja afastado pelo STJ.

O governo e Pimentel não se sentiram abalados com a notícia, convencidos que Andrade não fala pelo PMDB mineiro, que não ameaça a governabilidade e possível manutenção da aliança entre PT e PMDB que elegeu o atual governo. Ainda assim, o secretário de Governo, Odair Cunha, divulgou nota a seguinte nota sobre o assunto: “O Governo do Estado viu com estranheza a fala do vice-governador. Nossas relações políticas com o PMDB de Minas Gerais sempre foram sólidas e em prol do desenvolvimento do Estado. Temos posições distintas ao governo Temer que não promove o acerto de contas de Minas com a União, processo fundamental para sanar as contas do Estado e municípios”.

FOTO BHAZ: O vice-governador Antônio Andrade critica o governo

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