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‘Tormenta’ do governo Bolsonaro derruba 2 ministros de 1 vez só

Em um mesmo dia, Bolsonaro demite dois ministros, sétima mudança, e põe mais um militar no Ministério que atende pelo nome Casa Civil. Caíram os ministros Onix Lorenzoni (DEM/RS), da Casa Civil, e Osmar Terra (MDB/RS), da Cidadania. Onix iria para o lugar de Terra, que ainda está sem rumo, e o general Walter Braga ficará com a vaga do primeiro.

Para entender mais essa mudança ministerial, recorro ao livro ‘Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos’. De autoria de Thaís Oyama, segundo análise da jornalista Valéria Andreata. Confira:

‘Tormenta’, de Thaís Oyama, ajuda a enxergar melhor o iceberg

O livro da jornalista Thaís Oyama “Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos” traz no seu título o melhor resumo da obra que relata os bastidores do 1º ano de Bolsonaro na Presidência. Ainda assim, me senti compelida a buscar o significado de “tormenta” na Internet logo após terminar a leitura de mais de 200 páginas. E encontrei, no sentido figurado, a descrição “agitação; desordem”. A partir daí, fechei minhas reflexões sobre o livro: a atuação da administração atual do país é uma desordem proposital e completamente ordenada por uma estratégia bem definida e praticada pelo presidente e todos aqueles que estão – ou que já estiveram no seu entorno.

Uma coisa fica bem clara no livro: neste governo, não há casamento indissolúvel, e as traições – as que aconteceram e as muitas meramente imaginadas, fruto da mania de perseguição de Bolsonaro – são recorrentes. As crises e intrigas descritas no livro já renderam ao presidente alguns inimigos íntimos. A relação de Bolsonaro com o Zero Dois, também mereceu atenção da autora. Em um capítulo exclusivo, Thaís Oyama expõe os altos e baixos entre o pai Jair e o filho Carlos, e as influências que o vereador (cargo dele) exerce sobre o presidente.

'Filosofia' da destruição

A estratégia de promover confusões constantes é explicada no trecho que descreve a tática defendida pelo filósofo (?) Olavo de Carvalho e seguida fielmente pelos olavistas do governo: “...Carvalho ensina como neutralizar inimigos com chutes na canela e sem dor na consciência: não puxem discussão de ideias...Investigue alguma sacanagem do sujeito e destrua-o... nós não discutimos para provar que o adversário está errado. Discutimos para destruí-lo socialmente, psicologicamente e economicamente...” Mais claro, impossível.

Entre os que entraram para não mais sair da fila dos “chutes na canela”, o livro destaca, no capítulo “Traições,” os dois alvos preferenciais – a imprensa e o PT. Os ataques a ambos “coincidem” com os picos de adesão do presidente nas redes sociais em 2019. Para promover likes e comentários de aprovação, o governo conta com a chamada “turminha das redes”, cujo chefe é o olavista Filipe Martins, oficialmente assessor de Bolsonaro para assuntos internacionais.

A tática do governo de gerar desordem/crise/intriga para alavancar apoio a Bolsonaro nas redes sociais dá certo. Como apurou a autora, “de janeiro a novembro de 2019, a base de seguidores do presidente, somando Twitter, Facebook, Instagram e Youtube, cresceu 40%. O levantamento foi realizado pela Bites, consultoria de análise estratégica de dados digitais, que ainda lista onze picos de conquistas de seguidores...”. Mais claro, impossível.

Síndrome de paranoia no Planalto

Há muito mais no livro, da quase queda do ministro da Justiça Sérgio Moro à opinião do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, sobre o presidente do Brasil: “o cara não sabe nada, pô, é um despreparado”.

Melhor é mesmo ler “Tormenta”, que expõe as intrigas no primeiro escalão e a síndrome de paranoia do comandante do Palácio do Planalto. O livro desvenda um iceberg político, onde a extremidade exposta chega à opinião pública pelos meios de comunicação de massa e esmiúça, na apuração e registro de Thaís Oyama, o seu lado submerso.

A obra foi lançada pela Companhia das Letras no último dia 20 de janeiro, em versão impressa e tem também uma edição em e-book. “Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos” é, portanto, uma franca colaboração jornalística para o melhor entendimento sobre como chegamos aonde estamos. Vale a leitura para se enxergar melhor o iceberg.

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