Aposentados puxam a fila do endividamento em janeiro
Os gastos de janeiro comprometeram o orçamento das famílias, gerando o aumento do número de inadimplentes. Na comparação mensal, o crescimento foi de 0,28% de dezembro para janeiro. Entraram nessa conta as compras de Natal, pagamentos de impostos, despesas escolares, entre outros.
Pesquisa contém informações disponíveis nas bases de dados de acesso do SPC Brasil e sa CDL/BH
Além disso, o pagamento do 13º salário favoreceu a diferença, à medida que permitiu a quitação de dívidas em dezembro. Os dados fazem parte da pesquisa de inadimplência e dívidas em atraso da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).
O acúmulo de dívidas é maior (11,7%) entre os aposentados. Isso porque o orçamento é mais apertado devido ao custo de vida mais elevado. Especialmente, em função das despesas com saúde, por exemplo, e porque, em muitos casos, esta faixa etária é responsável financeiramente pela família.
“Os aposentados acabam acumulando mais dívidas por se responsabilizarem pelos gastos da família. Com uma renda apenas da aposentadoria, comprometendo assim a quitação das dívidas”, apontou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
Importância do planejamento financeiro
De forma geral, o consumidor inicia o ano com muitas contas para pagar, além dos imprevistos que acontecem. “Por isso, é importante que haja planejamento financeiro para evitar a inadimplência”, recomendou Marcelo de Souza e Silva.
Já na comparação anual, a inadimplência caiu entre os consumidores no início de 2020 (-0,27%) em comparação a janeiro de 2019 (0,04%). Para o presidente da CDL/BH, dezembro é um mês que favorece a circulação de dinheiro, o que ajuda as pessoas a quitarem os seus débitos. Já no mês de janeiro, há um acúmulo de despesas, somadas às compras de Natal.
No mesmo período (jan.20/jan.19), os homens acumularam menor quantidade de dívidas (-1,9%) em relação às mulheres (-0,86%). A justificativa é que ainda existem diferenças no mercado de trabalho, que apresenta menor taxa de desemprego entre os homens. Além disso, têm maior rendimento salarial (homens média de R$ 3.502 / mulheres R$ 2.321 – 3o tri. 2019 – IBGE).
Queda iniciada em março de 2017
Mesmo janeiro sendo um mês de muitas despesas para pagar, gerando acúmulo de débitos, a atividade econômica vem ajudando a baixar as dívidas. O número médio de dívidas é o menor da série histórica (1,914), iniciada em janeiro de 2010. “Esperamos que a melhora na economia possibilite aos consumidores inadimplentes quitarem as suas dívidas e deixarem o cadastro de negativados”, previu Marcelo de Souza e Silva.
Empresas também abrem o ano com mais dívidas
O indicador de devedores das pessoas jurídicas da capital mineira iniciou o ano de 2020 com crescimento de 4,72% em relação ao mesmo período de 2019. Em janeiro de 2020, o índice foi de 0,84% comparado ao mesmo período do ano anterior, 0,41%. “Esperamos que com a melhora da atividade econômica, as empresas sejam capazes de quitar suas dívidas e deixar o cadastro de CNPJs negativados”, observou o presidente da CDL/BH.