CDL/BH realiza 14ª edição do Dia Livre de Impostos em protesto à alta carga tributária
A crítica ao sistema tributário brasileiro, ao mau uso dos recursos público e à ineficiência da administração estatal adquiriu novo formato e enfoque ante a crise mundial provocada pela Covid-19.
A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) e a CDL Jovem promovem, no dia 4 de junho, a 14ª edição do Dia Livre de Impostos (DLI). O objetivo é conscientizar a população e sensibilizar as autoridades sobre a necessidade de reformas estruturais no modelo fiscal brasileiro.
Banner da campanha da CDL contra carga tributária, reprodução sita da CDL/BH
Como já é tradicional no Dia Livre de Impostos, lojistas de todos os Estados e do Distrito Federal vão comercializar seus produtos e serviços sem repassar o valor da tributação aos clientes. Em alguns casos, a diferença no valor final do produto, sem os tributos, pode chegar a 70%. Devido à pandemia da Covid-19 e às medidas de isolamento e de distanciamento social, o DLI será totalmente online.
O DLI contará com a participação de diversos segmentos do varejo, como supermercados, drogarias, shoppings centers, padarias e restaurantes. Para saber as empresas que aderiram ao DLI, basta acessar a página www.dialivredeimpostos.com.br
Reforma tributária inadiável
“Além de protestar contra a alta carga tributária e cobrar o retorno efetivo dos impostos para a sociedade em forma de investimentos em serviços essenciais, como saúde e educação, neste ano, em função da pandemia do Coronavírus, o sistema tributário tornou-se um assunto inadiável para discussão”, afirmou o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.
“O setor privado já vinha sendo sacrificado por um modelo fiscal que pune quem gera emprego no Brasil e que, agora, com a pandemia do Covid-19, sente-se duplamente prejudicado. A perspectiva do fechamento de milhares de empresas, a burocracia tributária e o baixo retorno dos impostos pagos, leva à necessidade urgência do avanço da agenda da Reforma Tributária”, pontuou Silva.
Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), as empresas no Brasil gastam, em média, 2.000 horas por ano para vencer a burocracia tributária, sendo considerado o único país em que se gasta mais tempo calculando e pagando tributos do mundo.
Pesquisa aponta falência de normas
O sentimento de que a burocracia e as normas obsoletas contribuem para um cenário econômico decadente foi registrado em uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo SPC Brasil, em convênio com o Sebrae. O estudo aponta que, para 92% dos empresários brasileiros, a Reforma Tributária precisa ser aprovada com urgência.
De acordo com o estudo, a percepção da grande maioria dos empresários dos setores de comércio e serviços é que a reforma terá efeitos positivos sobre diversos aspectos da economia, sobretudo o crescimento do PIB (89%) e o favorecimento às famílias de baixa renda, barateando a cesta básica e devolvendo os tributos pagos no consumo de produtos (83%).
O retorno dos impostos para a sociedade, em forma de serviços essenciais, é outro dado alarmante no Brasil. De acordo com o IBPT, em um ranking de 30 países, o Brasil é o 14º que mais arrecada imposto e o último que melhor retorna o dinheiro para a população. “A carga tributária brasileira está entre as mais elevadas do mundo. Só para se ter uma ideia do peso dos impostos na vida da sociedade, o brasileiro trabalha em média 153 dias por ano, o que corresponde a cinco meses, só para pagar impostos”, ressaltou o presidente da CDL/BH.