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Maioria de BH reprova atuação de Bolsonaro e Zema na pandemia

Se Bolsonaro não mudar sua relação de negação da pandemia, ela poderá ser o epitáfio político do presidente. De acordo com o instituto Paraná Pesquisas, o governo dele é aprovado por apenas 14,4% dos belo-horizontinos no combate ao coronavírus. Os dados são de pesquisa feita entre os dias 22 e 25 de julho depois de ouvir 820 pessoas acima dos 16 anos em Belo Horizonte.

Bolsonaro e Kalil se encontraram quando ainda era possível conversar, foto Ascom/PBH

Em parceria com a Band Minas, a pesquisa está registrada no TSE sob o nº MG 03074 2020, já que tem avaliações eleitorais também. O grau de confiança de 95,0% para uma margem estimada de erro de 3,5% para os resultados gerais.

O resultado não deve surpreender ao presidente e seus seguidores. Além de não ter um ministro da saúde da área há mais de dois meses, não faz uma coordenação nacional e se diz impedido de fazê-lo pelo STF (Supremo Tribunal Federal). No primeiro caso, até Bolsonaro reconhece a falha, tanto é que mantém o general Eduardo Pazuello, do Exército, como interino da pasta da saúde.

Responsabilidade e autonomia

Na segunda questão explorada pelo presidente e seguidores, trata-se de uma inverdade, quase um fake News. O que o Supremo decidiu é que ele não pode revogar decisões de prefeitos e governadores que lidam com a pandemia de olho nos indicadores locais e regionais.

Por outro lado, deixou claro que a responsabilidade nacional, de coordenação, de visão global seria dele, intransferivelmente. Sob o risco de, mais tarde, ser responsabilizado por omissão, negligência e descompromisso.

Se o presidente é contra o isolamento social e a favor da abertura do comércio, não lhe cabe definir como o prefeito de São José dos Campos, no interior paulista, deve lidar com isso. Muito menos dizer que medicamento os médicos irão ministrar na hora de tratamentos.

Cada macaco no seu galho, e é esse galho que Bolsonaro ignora por birra e teimosia. Seu posto deveria ser o de presidente da República, mas, na hora do registro eleitoral de candidatura, ninguém pede comprovantes ou atestados.

Zema tem espaço para crescer

No âmbito estadual, o governo Romeu Zema (Novo) também é reprovado nessa mesma linha de atuação. As ações do governo dele na pandemia ainda são baixas, de 15,4%, ou seja, se abraçasse a causa, poderia crescer na avaliação positiva.

Ao contrário de Bolsonaro, Zema não carrega a pecha negacionista, mas fica dividido entre as pressões de seus aliados principais, os empresários, pela abertura da economia e os cuidados com a saúde que a epidemiologia recomenda.

Governador Romeu Zema (Novo) faz live, foto facebook de Romeu Zema

Quem está fazendo o dever de casa, na avaliação da pesquisa Paraná, é o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD). Apesar de bombardeado e criticado exatamente por suas ações no combate à pandemia, tem sido bem avaliado. Ao priorizar o isolamento social e fechamento do comércio não essencial, está passando a ideia de que está enfrentando o combate à pandemia.

Kalil tem aprovação acima da média

Sua avaliação nesse quesito está em 58,9% e a avaliação geral está em 72%, apesar de ter perdido 2 pontos percentuais de março para cá, mas está na margem de erro. Esses números também favorecem, claro, o projeto de reeleição de Kalil nas eleições de novembro próximo.

As avaliações dos governos têm, como se viu, uma relação direta com a postura deles no combate à pandemia do novo coronavírus. Parece óbvio, mas, se fosse, os governos agiriam de igual modo, ou seja, priorizando o controle da disseminação da doença, de forma integrada e compartilhada. Infelizmente, para nós brasileiros e mineiros não tem sido assim.

Por conta disso, pelos números da pesquisa Paraná, o governo Bolsonaro está desde março numa situação de risco. Há um empate técnico entre os que o aprovam e desaprovam, na casa dos 48%, para ambos os lados. Entre esses dois grupos, há ainda um terceiro, dos indecisos, que consideram a administração dele regular, na casa dos 26%.

Isso é perigoso porque esses aí podem se decidir a qualquer momento para cá ou para lá. E a tendência é desfavorável diante da maneira descompromissada e descoordenada que Bolsonaro conduz o combate à pandemia. São mais de 85 mil mortes, e falam que o quadro ainda vai se agravar.

O governador mineiro teve melhora na avaliação. De março para cá, subiu de 48,1% na aprovação para 56,1%. Sua reprovação caiu dos 46,5% para 38%. Um bom sinal e tem, com certeza, relação direta com a mudança que teve no combate à pandemia, até porque não há outra coisa a fazer no momento pelos governos, seja municipal, estadual ou federal.

Quem reprova mais

No mais, Bolsonaro tem que tomar cuidado em outras categorias e segmentos. Sua maior reprovação está nas mulheres, 56,5%; entre os jovens, de 16 a 24 anos, na casa dos 50%, e entre aqueles que têm curso superior, 54%. Quem segura a aprovação dele são os homens, com 58,2%, especialmente aqueles entre 45 e 60 anos. Zema e Kalil têm mais equilíbrio em suas avaliações e não tem um segmento que seja mais ou menos do campo da reprovação.

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