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Com Kalil reeleito, prefeito de BH poderá ser Fuad Noman por 2 anos

Nove entre 10 políticos garantem que, a se confirmar a reeleição do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ele deverá ficar no cargo apenas por mais 16 meses. Após esse período de eventual novo mandato, Kalil deixaria o mandato para disputar outra eleição, a de governador de Minas, daqui a dois anos. Para isso, teria que deixar o cargo, se desincompatibilizar, no mês de abril de 2022.


É claro que o tema parece extemporâneo, já que o atual prefeito ainda aguarda o veredito das urnas do próximo dia 15 de novembro. Mas seu projeto político é discutido entre aliados e é motivo de incômodo para os rivais e eventuais pré-candidatos. Provável candidato à reeleição, o governador Romeu Zema (Novo) é um deles. Hoje, são desafetos.

Kalil e Fuad Noman, foto PBH


Tudo somado, é bom que os eleitores de Belo Horizonte prestem atenção no candidato a vice-prefeito na chapa de Kalil, o economista Fuad Noman. Nome de perfil técnico, ele se tornaria prefeito da capital mineira por dois anos e oito meses em eventual segundo mandato. Ex-secretário da Fazenda do prefeito, ele deixou o cargo no semestre passado para entrar na chapa no lugar do atual vice-prefeito, Paulo Lamac (Rede).


Pesquisa aponta dois fatos novos


Na quinta (5), foi divulgada mais uma pesquisa, sinalizando que as chances de um 2º turno estão cada vez mais difíceis na capital mineira. A oposição passou o mandato de Kalil sem fazer o dever de casa e, agora, na campanha, ainda espera alguma coisa acontecer. Seria um fato novo que permitisse uma alteração no quadro. Mas, nada acontece. Ao contrário, o que se vê é uma consolidação crescente em favor da reeleição de Kalil.


De acordo com a pesquisa Datafolha (3 e 4 de novembro, registro MG02074,2020), surgiram algumas novidades. Kalil, por exemplo, superou a barreira dos 60%, crescendo mais cinco pontos percentuais. E mais do que isso, sua avaliação na pesquisa espontânea, aquela na qual os candidatos não são citados, alcançou 57%. Chega a ser quase um empate técnico com as intenções da pesquisa estimulada, quando os nomes são apresentados. Chamam isso de convicção de voto.


Por essa razão e pela paralisia, falta de crescimento dos outros candidatos e candidatas, o cenário vai confirmando uma fácil reeleição para Kalil. Seus concorrentes diretos e indiretos até tentaram minar seu favoritismo, diminuí-lo, pelo menos, para dificultar sua reeleição, mas a operação não deu certo.


O que dizem os adversários de Kalil


Nilmário Miranda (PT) – “Na verdade, ele renunciaria em abril, após um ano e três meses de mandato. Segundo o senador Carlos Viana, o prefeito é o candidato natural do PSD ao Governo mineiro. Assim, o prefeito será, durante maior parte do mandato, o autor do “choque de gestão” do governo de Aécio Neves (Fuad Noman). O eleitor não está ciente disso. O PSD faz parte do governo de Bolsonaro e tem até ministro. Apoia o teto de gasto, a redução do auxílio emergencial, a política econômica que está levando o país a ter mais desempregados que empregados. O eleitor deveria saber disso”.


João Vitor Xavier (Cidadania) – “Acho que um prefeito tem que ser eleito pra cumprir o seu mandato. E eu cumprirei o meu”.


Rodrigo Paiva (Novo) – “Acho que, nesta reta final de campanha, o eleitor deve se perguntar qual prefeito ele quer ter para os próximos quatro anos. O Kalil tomou gosto pelo poder e não quer largar o osso. E mais do que isso: ele está usando essa história de reeleição como trampolim para o que ele quer mesmo: disputar o Governo de Minas daqui a dois anos. É muito fácil cantar de galo quando você tem a máquina pública a seu favor. Então, quem votar nele no dia 15 vai eleger, na verdade, o vice, que é um estranho para a maioria das pessoas. Então, o eleitor tem de se perguntar quem ele vai escolher de verdade: mais um político profissional ou em um candidato ficha limpa que tem compromisso com a cidade?! Nós queremos fazer a diferença, queremos trazer o novo para melhorar a vida das pessoas. Eu quero deixar um legado de crescimento e prosperidade para a cidade que eu amo e onde eu nasci”.


Luísa Barreto (PSDB) – “É muito ruim que o atual prefeito esteja se dedicando, em vez de Belo Horizonte, ao seu projeto de daqui a dois anos, de sair do cargo caso seja reeleito e se tornar candidato a governador de Minas. É fundamental que, hoje, a prefeitura esteja focada na cidade e nas melhorias que a população tanto precisa. A população precisa ser informada sobre os planos do prefeito e, se de fato, seu vice vai assumir daqui a dois anos, para que o eleitor possa tomar a decisão mais acertada”.


Outros candidatos


Fizemos contato ainda com as assessorias dos candidatos Bruno Engler (PRTB), Áurea Carolina (PSOL) e o próprio Alexandre Kalil (PSD), mas eles não quiseram se manifestar.




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