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Kalil tenta abrir espaço entre prefeitos, que, na maioria, preferem Zema

O debate dos pré-candidatos a governador com os prefeitos no congresso da Associação Mineira dos Municípios (AMM) teve de tudo um pouco. Confirmou e reafirmou algumas tendências. A primeira delas é de que não há mesmo espaço para a 3ª via nessa pré-campanha polarizada entre o governador Romeu Zema (Novo) e o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD).

Ao lado de Julvan, e sob olhar de Marcos Vinicius, Zema fala aos prefeitos no congresso da AMM, reprodução Facebook AMM


Outra tendência foi o favoritismo de Zema entre os prefeitos. Não foi feita pesquisa, mas há, entre eles, uma queda pelo governador, especialmente pelo pagamento de dívidas herdadas do governo anterior e outras geradas no governo atual. Ponto para Zema, que fez um plano de pagamentos que está sendo cumprido e, por isso, reconhecido pelos prefeitos.

Kalil foi o 3º e último pré-candidato a se manifestar no evento municipalista, reprodução Facebook AMM


Para reafirmar isso, no mesmo dia do evento com os prefeitos, o governador quitou as últimas três parcelas, e anunciou no evento, da dívida dos repasses dos atrasados aos municípios mineiros. “Às 8h desta quinta-feira, já estava na conta dos municípios o dinheiro que era a parte restante do acordo. A dívida agora estará nos livros de história”, apontou.


Aposta na rivalidade no interior


Se Zema marcou seu gol, Kalil também jogou com as armas que tinha e marcou presença ao fixar-se como o antiZema. Todos sabem que, no interior mineiro, é assim. Se um lado apoia um candidato, o outro fica espontaneamente com seu rival. Por isso, Kalil recorreu às caneladas um dia antes. A polêmica repercutiu durante e depois do congresso da AMM. Na véspera do evento, Kalil chamou Zema, no estilo bate-pronto, de “débil mental” durante entrevista no Flow Podcast.


Contra essa primeira canelada, Zema caiu na conversa e retrucou dizendo que Kalil é mais do que ele e que, por sua vez, mostrou capacidade própria ao crescer como empresário. Ao contrário do rival, que, segundo ele, cresceu à sombra do pai e do Atlético Mineiro, clube que dirigiu. Foi a senha para a reação de Kalil, que, durante o encontro com os prefeitos, fez apelo ao governador para que nunca mais usasse o nome de seu pai nessa disputa que, segundo ele, deve ser entre eles e das propostas para o governo. Caso contrário, poderia também apelar para questões pessoais.


Todo esse bate-boca serviu para confirmar aos prefeitos que existem dois pré-candidatos mais competitivos, que estão em polarização. E que irão buscar o apoio do eleitor com base nesse contraponto e confronto. Zema ficou onde estava, e Kalil saiu ganhando ao ficar mais conhecido entre os prefeitos presentes, mostrando seu estilão e propostas. Ganhou também ao fazer o contraponto e apresentar-se como antiZema. Daqui pra frente será isso, será o eleitor comparando um e outro, o estilo desse e daquele, suas propostas.


Carlos Viana também boicota a si mesmo


Além desses dois, apareceu por lá apenas o tucano Marcus Pestana. Fez o dever de casa, mostrou que tem conhecimento da realidade técnica e política do estado, mas lhe falta um partido organizado e fechado com ele. E mais, a convicção de que, talvez, não seja candidato. Ainda não está certo. Se crescer, poderá levar os tucanos a uma posição de destaque na chapa de Zema.


O senador Carlos Viana (PL), apresentado como pré-candidato de Bolsonaro, contribuiu para o boicote que fazem contra ele e sua futura candidatura e não compareceu. Foi o grande derrotado pelo vexame que deu, reafirmando que sua pré-candidatura praticamente inexiste.


Apresentado como candidato de Bolsonaro, já foi fritado pelo próprio Bolsonaro em duas vezes, quando esteve aqui em Minas e fez campanha por Zema; sequer citou o nome de Viana. É um pré-candidato que não deverá ser candidato. Se for candidato, será cristianizado, para usar uma expressão comum quando o político é boicotado e isolado.


Tudo somado, foi, sem dúvida, dada a importância do evento e das lideranças municipais, o principal fato político até agora e que deverá repercutir por todo o estado. Os prefeitos levarão suas impressões e conclusões para os eleitores de suas regiões. No mesmo evento, Julvan Lacerda transmitiu o comando da Associação para o presidente eleito, Marcos Vinicius (prefeito de Coronel Fabriciano).



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