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Lula acha melhor enfrentar e vencer Bolsonaro em 2026

Em Minas e no Brasil, houve muito barulho por nada, da direita à esquerda, após a eleição do empresário Donald Trump nos EUA. A euforia de alguns bolsonaristas, e do próprio Bolsonaro (PL), com essa vitória subiu ao pico do delírio. Um deputado disse, na Assembleia Legislativa de Minas, que o presidente norte-americano eleito irá mandar a CIA ao Brasil para provar a inocência de Bolsonaro. Assim, o mito dele poderia disputar as eleições presidenciais em 2026. A direita venceu, sim, mas lá no norte da América. Por aqui, ela fracassou nas eleições municipais do mês passado.

Marketing de Lula avalia que Bolsonaro seria mais fácil de ser batido em 2026, fotos Ricardo Stuckert e Agência Minas


O delírio esbarrou na esquerda. O presidente Lula (PT) reagiu à repercussão dizendo que poderia disputar o 4º mandato caso seus aliados não tenham outro nome para enfrentar a extrema direita. Conversa de sapo querendo ser atirado na lagoa. Como Bolsonaro, e por razão oposta, Lula até deseja a recuperação da elegibilidade do rival. Na avaliação do petista, como previu em 2022, disputar contra Bolsonaro seria mais fácil vencer do que outro nome do centro ou da direita, como o governador Tarcísio de Freitas, de São Paulo. Lula tem razão. Os extremos estão em xeque, como sinalizaram as eleições municipais deste ano, quando o centro político foi o mais vitorioso. Já na disputa polarizada, o petista calcula que disputar com o antecessor seria mais fácil vencer por conta do alto passivo de irregularidades, excessos, fragilidades e erros do rival. Delírios à parte, o fato é que Bolsonaro está inelegível até 2030. Não há CIA, Fake News ou cloroquina que possa alterar essa realidade incontestável.


Risco Trump


Se a vitória renovou o ânimo, a direita brasileira precisa ficar atenta. Caso Trump não entregue o que prometeu, os democratas voltarão na oportunidade seguinte. A América que ele vendeu não existe mais. Nem irá adiantar fazer deportação em massa, porque faltará mão de obra.


Zema não desce, e Simões sobe


O governador em exercício, Mateus Simões (Novo), subiu no mesmo palanque no qual Zema está há quase seis anos. No delírio pós-Trump, Simões vestiu o figurino da direita e disse que sua “grande preocupação hoje é tirar a esquerda de Brasília”. Já os vídeos de Zema perdem cliques por aqui e ganham terreno fora do estado, onde é pouco conhecido e a rejeição de 55% em BH (vide pesquisas eleitorais) ainda não chegou.


Gol de Fuad, de placa


A municipalização do Anel Rodoviário deve ser uma das maiores conquistas políticas e administrativas de BH, na área federal, dos últimos 30 anos. É o 1º resultado prático do diálogo e da eleição municipal vencida pelo prefeito reeleito Fuad Noman (PSD). Animado com o anúncio da medida, que reuniu cinco ministros e o presidente Lula no mesmo dia, na quinta (7), Fuad decidiu criar, nesta semana, um núcleo para gerenciar exclusivamente a “nova avenida” da capital.


Damião faz ponte política


Após o fracasso de sua influência na eleição de presidente da Câmara de BH, em janeiro do ano passado, e seus efeitos desastrosos, Fuad quer a prefeitura longe dessa disputa próxima. A solução, de agora, já foi dada. Na condição de vereador que é até o final do ano, o vice-prefeito eleito Álvaro Damião (União) será uma espécie de ponte política entre a Câmara e a PBH.


Plano de voo para prefeito


Os 853 prefeitos mineiros, eleitos e reeleitos, participam, a partir de hoje, de evento no qual receberão um plano de voo para a nova administração que começa em janeiro próximo. A iniciativa é da Associação Mineira de Municípios (AMM), que promove o 7º Congresso Mineiro de Novos Gestores, no Expominas, em BH, até a próxima quarta (13). O foco do encontro é a transição de governo e os primeiros 100 dias que, tradicionalmente, definem os rumos de uma gestão.


Primeira indígena doutora


A deputada federal Célia Xakriabá (PSOL/MG) fez história na UFMG ao tornar-se a primeira mulher indígena a obter o título de doutora em Antropologia. Do povo Xakriabá (Norte de Minas), Célia explorou a potência dos saberes tradicionais e da ciência indígena. Na tese “Ancestraliterra – Sabedoria indígena na política e na universidade”, a deputada exibiu uma visão de território que transcende a geografia. “O corpo é território, e o território é corpo”. Para ela, a caneta, tanto na academia quanto na política, é uma ferramenta poderosa: pode “escrever livros e leis, mas também arrancar direitos e, ainda, virar arma de fogo que assina morte”.


Debate e disputa no MPMG


Os quatro candidatos a procurador-geral de Justiça de Minas, na sucessão do atual, Jarbas Soares, têm confronto direto, nesta segunda (11), durante debate. A iniciativa do evento é da Associação Mineira do Ministério Público. Disputam o cargo os procuradores de Justiça Carlos Mariani Bittencourt, Geraldo Flávio Vasques, Marcos Tofani Bahia e o promotor de Justiça Paulo de Tarso Morais. Dos quatro, três serão eleitos, pelos membros do MP, no próximo dia 18, para a lista tríplice. Quinze dias depois, será a vez do governador escolher um deles.

(*) Publicado no Jornal Estado de Minas

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