“Não tenho obrigação de apoiar o Fuad”, diz Kalil
Seis dias depois do último encontro que teve com o prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), o ex-prefeito Alexandre Kalil descartou cobranças e avisou: “Não tenho obrigação nenhuma de apoiar”. Fuad é pré-candidato à reeleição e está buscando apoios políticos, entre eles o de Kalil, que, segundo os institutos de pesquisas, é um dos maiores puxadores de votos na capital mineira.
Naira e Jader Kalid entrevistam Kalil na estreia do podcast Canal Exclusive, foto Orion Teixeira
A manifestação dele foi feita durante entrevista ao podcast Canal Exclusive, do qual participei com essa pergunta. “Ninguém, o prefeito e as lideranças do PSD me apoiaram na eleição para governador (2022). Por que agora eu tenho que apoiar?”, reagiu Kalil ao ser questionado sobre eventual infidelidade partidária.
Segundo o ex-prefeito, essa é uma característica do PSD, partido de ambos, que os deixa muito à vontade, porque não cobra alinhamento automático às candidaturas. “Essa é uma decisão do presidente Gilberto Kassab, que é quem manda no partido, em qualquer parte do Brasil. Isso dá conforto. O próprio prefeito não participou da minha campanha e já disse a ele que acho isso natural”, pontuou.
Ele ainda minimizou os riscos ao seu futuro político caso fique fora do jogo. “Não estou com pressa. Eu quero ver quem são os candidatos. Eu me dou o direito, por não ter sido abraçado, de abraçar alguém agora. Vou resolver isso mais pra frente”.
Na conversa que teve com Fuad, Kalil teria pedido motivos para apoiá-lo. Disse que o aconselhou, para início de conversa, que desistisse da obra da ciclovia na Avenida Afonso Pena, que suspenda a Stock car e retome o diálogo com a UFMG, que se opõe a esse evento automobilístico. Criticou também a demissão da família Aro (quatro secretários ligados a Marcelo Aro, secretário de Zema) da prefeitura. “O que ele vai ganhar com isso? Voto não é”.
O tapete do Tramonte
Depois de atrair o União Brasil para apoiar a reeleição de Fuad, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), busca a adesão do partido Republicanos. Se exitosa, a iniciativa tende a abortar a candidatura do deputado estadual Mauro Tramonte a prefeito de BH. Nas últimas horas, foram intensas as especulações nesse sentido. Tramonte afirmou que é pré-candidato e que já tem o apoio da TV Record, onde é apresentador, da Igreja Universal, que é proprietária da TV e ligada ao partido, que lhe apoia em nível municipal e estadual. Reconheceu, no entanto, que falta ainda fechar o apoio do presidente nacional, Marcos Pereira. “Estão querendo puxar seu tapete, Mauro”, foi o alerta que recebeu de um influente político na terça (9).
(*) Publicado no Jornal Estado de Minas
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