Sabia quem é Prym, o homem forte de Fuad na prefeitura
Quando o telefone toca na Câmara de BH, os vereadores brincam com a situação e um deles grita “Prym”. O som da chamada é associado ao nome do assessor especial do prefeito, Jorge Luiz Schmitt Prym, especialista em direito societário, e às decisões de vetos a projetos dos parlamentares. Ansiosos, todos os vereadores querem conhecê-lo e, agora, até o megaempresário Rubens Menin, dono da SAF do Atlético, também está curioso.
Fachada do prédio da Prefeitura de BH, foto Rodrigo Clemente/PBH
Prym não tem cargo de primeiro escalão, mas é o assessor que concentra maior poder na gestão de Fuad, mais até do que os secretários que fazem a relação com o Legislativo. De posse do token do prefeito, ele assina todas as decisões dele, seja sanção ou veto de projetos. Com a licença do prefeito para tratamento de saúde, Prym manteve a atuação. Foi dele, por exemplo, o veto parcial que deixou furioso o dono do Atlético sobre o projeto que reduzia as contrapartidas da SAF a 5% nos compromissos públicos da Arena MRV.
Prym despacha na sala mais cobiçada da PBH e mais próxima do gabinete do prefeito. Agora, é dos poucos que vai à casa do prefeito para tocar a gestão. Ao lado do secretário da Fazenda, João Antônio Fleury, forma a dupla de alta confiança de Fuad. Pode ser que, no próximo mandato, o prefeito o promova a secretário, retirando-o do anonimato e do desconhecimento público.
Empresários odeiam contrapartidas
A maioria dos vereadores se prepara para derrubar o veto do prefeito e empurrar para o contribuinte os compromissos da SAF do Atlético nas compensações aos impactos da obra do estádio. Especialmente, em obras de mobilidade urbana. A situação não é inédita, e é até mesmo conhecida por Rubens Menin, quando ajudou a construir o BH Shopping há mais de 40 anos. Havia acordo para contrapartidas importantes, como doação de recursos para obras de mobilidade urbana, entre outras. E mais, havia o compromisso de não construírem nada no entorno do empreendimento. Anos depois, a associação do empresariado e vereadores derrubou as amarras e construiu aquela selva de pedra que esconde o outrora cartão-postal da capital.
Codemig se complica no TCE
A Codemig (Companhia de Desenvolvimento de Minas) apresentou recurso ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) contra a obrigação de uma de suas empresas prestar contas a essa Corte. O argumento é que a sua controlada, a Comipa (Companhia Mineradora do Pirocloro de Araxá), seria privada e não estaria sob a fiscalização de órgão público controlador de contas públicas. O recurso causou estranheza na Corte porque a estatal é mantida pelo dinheiro público, cujo principal acionista é o Estado de Minas Gerais.
Além de desobrigar a Codemig do compromisso de transparência, a Codemig ainda pediu ao TCE que a decisão seja tomada pelo pleno da Corte (sete membros) e não pelo conselheiro relator Durval Ângelo. O que mais intrigou os conselheiros foi que toda a peça jurídica da Codemig trazia o timbre de outra empresa privada, a CBMM, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração. Essa empresa e a Codemig são acionistas da Comipa, que faz a lavra e vende o minério com exclusividade para a própria CBMM, que é a responsável pelo beneficiamento, industrialização e comercialização dos produtos finais de nióbio. Diante dos equívocos acumulados, o conselheiro Agostinho Patrus pediu vistas e mais explicações da estatal.
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