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Situação financeira e política de Zema é “tenebrosa”

A avaliação negativa e expressão de espanto foram exibidas, na terça (19), por ninguém menos do que o secretário de Governo de Zema, o deputado estadual Gustavo Valadares (PMN). Contrariando a propaganda oficial que alardeia que “Minas está nos trilhos” e que o “Estado é eficiente”, Valadares fez a declaração em debate, na Assembleia Legislativa, sobre a venda das joias da coroa: a Cemig, Copasa e a Codemig, poderosa estatal do nióbio. Enfatizou que a “realidade financeira de Minas é tenebrosa”. Afinal, o estado está nos trilhos ou o trem tá vindo?

Secretário de Governo, Gustavo Valadares, discursa em debate na Assembleia Legislativa, foto Clarissa Barçante/ALMG


Essa foi a perplexidade que deixou numa fala que não esperou réplicas. Saiu rapidamente, mas a tempo de ouvir vaias de sindicalistas, quando disse que a privatização dessas empresas irá “melhorar infinitamente” o serviço prestado.


Fidelidade em risco


Junto da econômica, igualmente tenebrosa é a relação política da qual Valadares foi escalado para resolver: as dificuldades dele se assemelham às dos três antecessores na pasta. Na semana passada, Zema conseguiu só 29 votos para autorizá-lo a viajar para o exterior. Agora, seu projeto que aumenta o ICMS em 2 pontos percentuais para supérfluos encontra forte resistência. Tem deputado fiel, que não vota contra, avisando que, na hora dessa votação, vai deixar o plenário.


Ontem mesmo, o governo registrou uma baixa na base propalada de 57 dos 77 votos. A ex-deputada Celise Laviola pediu demissão de cargo no governo porque seu filho e sucessor, o deputado Zé Laviola (Novo), foi ignorado por Zema na viagem ao exterior, para onde levou o concorrente dele, deputado Enes Cândido (Republicanos), e ainda com anúncio de investimentos para a região onde os dois são votados (leste).


Vitória da ração


Para aprovar o projeto, terá que tirar a ração para pets da nova tributação. A eventual derrota no ICMS aumentado pode contaminar a base de Zema para as PECs prioritárias, que retiram o referendo popular da Constituição e reduzem o voto qualificado de 48 para 39 para facilitar a venda das estatais.


Nota da ex-deputada Celise Laviola


“Adianto que hoje estou assessora especial do professor Mateus, vice-governador do estado de Minas Gerais e não tenho nenhum problema com ele. Confio nele e no trabalho que realiza”.

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